Entrevista com a autora e jornalista Claudia Nina

16/04/2020 19:56

O Epifania entrevistou a Jornalista e professora Claudia Nina. Aproveite e conheça um pouco mais desta autora que teve por inspiração e objeto de estudo a obra de Clarice Lispector e enriquece atualmente  a revista Seleções Reader's Digest com sua coluna.
 
 
EPIFANIA: Para quais jornais e/ou revistas você trabalha ultimamente? Fale um pouco sobre você.
RESPOSTA: Eu assino uma coluna de ficção e não-ficção, de autores nacionais, na Revista Reader´s Digest (Seleções) e também sou colaboradora na Revista Pessoa. Veja o site desta publicação, é muito interessante o trabalho da editora, Mirna Queiroz.
EPIFANIA: O  jornalismo on line representa alguma ameaça às produções impressas?
RESPOSTA:  Não acho que ameaça seja a palavra certa. É um caminho sem volta, não tem jeito.  As publicações impressas precisam se reinventar para conquistar leitores sem perder os antigos... Tarefa difícil, mas necessária. Em contrapartida, as publicações on-line precisam se preocupar mais com a qualidade do conteúdo. É preciso, também aí, haver o trabalho de edição. Caso contrário, tudo se perde e ninguém encontra o trigo no meio do joio.
EPIFANIA: Em sua opinião qual a importância da internet para a difusão do ensino?
RESPOSTA:  Indispensável. Contudo, não se pode trabalhar a internet de modo isolado. O bom e velho professor, quanta importância tem este profissional...
EPIFANIA: Qual gênero textual você classificaria como preferido pelos brasileiros?
RESPOSTA: Arrisco que seja o romance, mas não tenho dados precisos quanto a isso.
EPIFANIA: O maior poder de persuasão quem exerce? A mídia ou o professor?
RESPOSTA:  Não há dúvidas de que seja a mídia, o que é lamentável. Especialmente no que toca à televisão. Tenho birra. Não suporto, estou quase à beira de uma reação muito radical contra a televisão aberta no Brasil. Sou radicalmente contra programas como Big Brother e outros tantos.
EPIFANIA: Por que Clarice Lispector?
RESPOSTA:  Porque ela escreve o que não se escreve: a entrelinha.
EPIFANIA: Uma leitura inesquecível
RESPOSTA: Não vou dizer Clarice só para falar o diferente:  vou citar A vendedora de fósforos, de Adriana Lunardi. O melhor livro que eu li ano passado.
EPIFANIA: Que relação você estabelece entre ficção e jornalismo?
RESPOSTA:  Acho muito importante este diálogo. Muitos autores passaram pelas redações dos jornais antes da ficção, isso inclui Machado de Assis e uma série de outros. Acho que existe um ganho enorme, facilita o trato com o texto, dá ao autor uma grande agilidade. Nunca me arrependo de ter feito Comunicação e de ter começado a carreira em uma redação.
EPIFANIA: Um conselho para um professor iniciante
RESPOSTA: Ser claro e comunicativo. Falar complicado, só para parecer inteligente, é dificultar o caminho do outro que merece/precisa aprender.
EPIFANIA: Um conselho para um autor iniciante.
RESPOSTA: Não tenha pressa em ter um livro publicado. Qualquer trabalho feito com apuro é um trabalho de muito vagar e paciência. Em uma palavra: releitura. Não se pode achar lindo o que se escreve e passar logo adiante para uma editora. Tem que deixar na gaveta um tempo. Na releitura, se o trabalho for realmente bom, irá sobreviver. Se não for bom, o mofo toma conta e se encarrega de fazer sumir. rs

 

* Entrevista realizada em 2013